02/05/2019
Já tradicional entre os atetas profissionais, a técnica é pouco explorada nas categorias de base. Especialistas comentam sobre os resultados com esportistas em formação!
Já tradicional entre os atletas profissionais, o Coaching Esportivo ainda é pouco explorado nas categorias de base. Especialistas, no entanto, apontam o treinamento psicológico de atletas em formação como uma ferramenta poderosa na obtenção de melhores resultados.
A coach Nell Salgado é conhecida pelos trabalhos realizados com a judoca Rafaela Silva e a saltadora Ingrid Oliveira, após polêmicas nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) e Rio (2016). Ela explicou as vantagens de trabalhar com jovens e crianças.
– A adesão de crianças e adolescentes é excepcional. Criança é “esponja”, né? Eles absorvem tudo e quando confiam em alguém as coisas fluem com mais facilidade. A vantagem de você pegar o atleta já na base é que você tem a possibilidade de modelar ele, preparar a cabeça para possíveis acontecimentos que, sabemos que, fazem parte do esporte. Você acaba sendo um colaborador na formação daquele caráter - comentou a coach.
Nell Salgado trabalha com jogadores de categorias de base, com atletas profissionais de futebol e especialmente com atletas olímpicos. Além de Rafaela e Ingrid, ela atende as lutadoras Maria Portela e Nathalia Brígida, do Judô, Iris Tang Sing, do Taekwondo e, Santiago Ponzinibbio, Daniel Miojo e Maikon Playboy, do MMA. Para Nell, a diferença entre o trabalho com adultos e jovens está na abordagem. O nível de cobrança é o mesmo, feito de forma diferente.
– Se forem meninos mais jovens, crianças e adolescentes, muda muito a abordagem, é algo mais lúdico, levando em conta a questão hormonal, o momento, as incertezas, a família. Quando já são mais velhos, é trabalhado a não-interferência da família, é feita uma blindagem maior nos atletas para que fatores externos não interfiram na performance deles, que eles consigam filtrar as questões externas para dar o melhor dentro de campo - explicou.
No futebol de base, a coach lida questões específicas, como a pressão constante por resultados vindo tanto do clube como, muitas vezes, da família, que depende financeiramente do garoto.
– O que fazemos é blindar esses garotos, sempre lidando com a realidade que ele tem no momento. O mais importante é eles saberem que "estão atletas" e não que "são atletas". Tem que deixá-los preparados para o caso de não dar certo, eles conseguirem se encaixar em outro lugar. É inevitável que de uma forma ou de outra acabe deslumbrando em algum momento, mas trabalhamos no sentido de ele lidar com ego, frustrações, pressão e principalmente com as coisas que ele não controla – comentou Nell.
O treinador Maurício Copertino, que atuou por alguns anos na Seleção Brasileira como auxiliar-técnico da categoria Sub-20 e Olímpica (para atletas até 23 anos), também vê esse tipo de trabalho psicológico como ferramenta fundamental para o desenvolvimento do jovem jogador.
– O Brasil é um celeiro de craques, não falta qualidade técnica e obediência tática entre os atletas jovens aqui no Brasil. Por isso esse acompanhamento psicológico é tão importante, para que possamos tirar o melhor do atleta dentro de campo sem que ele se preocupe com os fatores externos.
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